Nota (06/11/2013):
Devido a alguns procedimentos perigosos que tive conhecimento, e que colocam em risco a saude (e a vida) de quem está a fazer o sabão e /ou de quem vai usar o sabão: A soda caustica (hidroxido de sódio) assim como o hidroxido de potassio, são agentes quimicos perigosos. Têm de ser manuseados com extrema cautela, usando equipamento adequado (luvas, mascara e oculos de protecção, asim como vestuario adequado); AO fazer a solução alcalina, deve ser usado utensilios adequados, de preferencia de inox (NUNCA; MAS NUNCA DEVE SER USADO ALUMINIO!!!!), e resistentente a temperaturas altas (rondam os 90º ou mais) e resistentes à acção corrosiva da soda caustica; a soda deve ser deitada sobre a agua e nunca , nunca ao contrario; quando se junta a solução de soda nas gorduras, nunca, mas nunca podem as gorduras ao lume!!!!
O manuseamento incorreto da soda caustica, pode levar a graves acidentes, com gravissimos ferimentos e, dependendo da sua localização (por ex. se for no rosto e vias respiratorias), a cegueira e a graves problemas respiratorios, incapacitantes.
Igualmente importante é saber qual a quantidade segura de soda caustica a usar, de forma a que o produto final seja um produto seguro, não caustico.
Actualmente têm acesso a inumeras receitas/formulas de sabão, em sites, grupos, livros... quando copiam uma receita devem rever os dados/valores atraves de uma calculadora. Há sempre a hipotese de ter podido haver uma gralha e a receita não estar bem. Igualmente devem ter confiança (e mesmo assim rever a formula) na pessoa/site/livro que disponibiliza a formula. Há formulas e formulas...
O sabão tem um periodo de cura que TEM DE SER RESPEITADO! pelo menos 4 semanas para sabão cold process, e uma semana para hot process. Rebacht ou refundido de sabão novo (que desanda por ex.na altura do traço), tem que curar as 4 semanas na mesma.
Desculpem o alarmismo, não é nada algo que eu faça, mas tenho-me dado conta que as coisas estão a perder um bocado o controlo, há pessoas não estudam, não se formam, leiem na diagonal, apanham umas dicas aqui, uns sururus ali, e depois vão "fazer sabão", muitas vezes para oferecer, para vender (como se já não fosse grave ser de uso pessoal/familiar).... É preciso responsabilidade, consciencia.
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O sabão natural é feito a partir de
óleos e manteigas vegetais e ou animais, aos quais é adicionado uma solução
alcalina para que se dê uma reacção química chamada saponificação (ou seja que
as gorduras se transformem em sabão).
Sim, para
fazer sabão tem de se usar soda caustica (hidróxido de sódio) ou potassa hidróxido
de potássio, caso do sabão em pasta ou liquido. Em qualquer definição de sabão
pode-se ler que é o resultado de uma reação química resultante da junção
de gorduras e uma base alcalina. A
glicerina é um subproduto desse processo e é nos processos industrializados,
retirada e depois direcionada para as industrias farmacêutica e alimentar. Agora
suponho que quando fala de sabonete de glicerina se refere às bases
glicerinadas que se compram já feitas e depois se derretem e se moldam em
moldes artísticos. Essa base já passou por esse processo, ou seja antes de ser
base de glicerina foi um sabão e antes era um conjuntos de gorduras às quais se
juntou uma base alcalina de soda caustica. Depois ela passa por um processo de
clarificação para se tornar transparente e de adição de aditivos no intuito de facilitar
o seu uso (derreter, colocar em moldes), aumentar a espuma e a validade. Os
sabonetes de glicerina industriais seriam uma “invenção” dos anos 50/60 (não
tenho agora bem presente a data), e teria sido criado com o intuito de fazer um
sabonete mais suave (pois devido à industrialização do sabão e a retirada da
glicerina, os sabões seriam mais agressivos e cáusticos) pelo que, além de ser
um sabonete transparente e mais apelativo, seria menos caustico pela adicinado de
uma pequena porção de glicerina. A denominação “sabonete de glicerina” e a
propaganda da época deu resultado e perdurou até hoje a crença de que são sabonetes
suaves e apropriados para peles sensíveis. Se na altura “era assim”, atualmente
isso não é bem assim, pois os aditivos colocados muitas vezes provocam alergias
a pessoas com a pele mais sensível.
Assim
temos o sabão NATURAL artesanal, em que o sabão é feito de raiz, juntando as
gorduras e a soda caustica (segundo regras de segurança e quantidades corretas
e seguras, este processo não é realizado à toa!), e o sabonete de glicerina artesanal,
em que a base já passou pelo processo mais complicado e que é muito apelativo
pela forma como pode ser trabalhado artisiticamente. Desde já posso adiantar
que se pode fazer a base de glicerina de forma artesanal e saber o que se coloca
nela para a tornar um produto final mais natural, pois se a base for comprada já
feita tem pouco de natural e, se se pode dizer que são sabonetes artesanais, não
se devem chamar de naturais.
Quanto ao
sabão NATURAL feito de raiz ele é naturalmente rico em glicerina pois no processo
artesanal não se separa a glicerina do sabão e ela permanece no produto final.
Além disso é deixada uma percentagem de gorduras que não são saponificadas e
que entram depois em contato com a pele deixando-a mais suavizada. Não são necessários
aditivos espumantes para o sabão natural, pois se quisermos um sabão com uma
espuma mais rica, sabemos qual q gordura quês e deve saponificar para o efeito
(sim há gorduras que dão mais espuma a uma sabão natural, enquanto outras são mais
adequadas para suavizar um sabão).
Voltando
ao cerne da questão: a soda caustica. É realmente necessário extrema precaução
na sua utilização. É um produto muito cáustico que provoca queimaduras graves, tanto
por contato direto com a pele como através da inalação de fumos. Por isso se
utiliza equipamento de segurança quando fazemos os sabões: óculos, mascara,
luvas, roupa de proteção. Há uma serie de normas de segurança que tem de ser
seguidas quando estamos a fazer sabão natural. É também de extrema importância
ter noção do que se está a fazer, de todo o processo. É um processo químico,
que envolve alguns riscos, que podem ser evitados através do conhecimento do
processo e da adoção de medidas e equipamentos de segurança.
Mas,
perguntarão: e a soda que fica no sabão? Não faz mal à pele!?!?... Aí está! Um
sabão natural bem feito já não tem soda! Como? Sim, um sabão bem formulado e
devidamente curado, não soda. Quando a saponificação está corretamente feita,
ou seja, quando a transformação de gordura em sabão é feita com as quantidades
corretas, o método realizado corretamente e o tempo de cura respeitado, toda a
soda que foi utilizada se encontra transformada e neutralizada. O produto final
não é gordura nem soda é uma outra substância: é sabão.
Agora
dentro do sabão natural existem dois tipos de sabão: o sabão cosmético e o sabão
de lavagem/limpeza. Este ultimo é o que normalmente se faz, atualmente com óleos
usados de cozinha, no intuito de também se reciclarem estes desperdícios
bastante poluentes. Estes têm sim, têm um excesso de soda e não são adequados
para uso cosmético. Já agora um aparte: quero chamar a atenção para as receitas
de sabão de oleo reciclado, que circulam na internet e que contém quantidades
absurdas de soda caustica, muitas vezes o suficiente para saponificar
quantidades de gordura de 2 a
3 vezes, maior que a utilizada na receita.
Os sabões
naturais cosméticos, são aqueles em que se utilizam óleos mais “nobres”, em que
se procuram a perfeita junção entre as propriedades do óleo e as da planta, entre a cor e o aroma,
sempre com uma percentagem de óleos não saponificados, óleos livres num sabão
que se quer seguro, suave, muitas vezes um caleidoscópio de emoções sensoriais,
entre texturas e aromas.