sábado, 24 de novembro de 2012

Duas receitas basicas de sabão natural

Nota (06/11/2013):
Devido a alguns procedimentos perigosos que tive conhecimento, e que colocam em risco a saude (e a vida) de quem está a fazer o sabão e /ou de quem vai usar o sabão: A soda caustica (hidroxido de sódio) assim como o hidroxido de potassio, são agentes quimicos perigosos. Têm de ser manuseados com extrema cautela, usando equipamento adequado (luvas, mascara e oculos de protecção, asim como vestuario adequado); AO fazer a solução alcalina, deve ser usado utensilios adequados, de preferencia de inox (NUNCA; MAS NUNCA DEVE SER USADO ALUMINIO!!!!), e resistentente a temperaturas altas (rondam os 90º ou mais) e resistentes à acção corrosiva da soda caustica; a soda deve ser deitada sobre a agua e nunca , nunca ao contrario; quando se junta a solução de soda nas gorduras, nunca, mas nunca podem as gorduras ao lume!!!! 
O manuseamento incorreto da soda caustica, pode levar a graves acidentes, com gravissimos ferimentos e, dependendo da sua localização (por ex. se for no rosto e vias respiratorias), a cegueira e a graves problemas respiratorios, incapacitantes. 
Igualmente importante é saber qual a quantidade segura de soda caustica a usar, de forma a que o produto final seja um produto seguro, não caustico. 

Actualmente têm acesso a inumeras receitas/formulas de sabão, em sites, grupos, livros... quando copiam uma receita devem rever os dados/valores atraves de uma calculadora. Há sempre a hipotese de ter podido haver uma gralha e a receita não estar bem. Igualmente devem ter confiança (e mesmo assim rever a formula) na pessoa/site/livro que disponibiliza a formula. Há formulas e formulas... 

O sabão tem um periodo de cura que TEM DE SER RESPEITADO! pelo menos 4 semanas para sabão cold process, e uma semana para hot process. Rebacht ou refundido de sabão novo (que desanda por ex.na altura do traço), tem que curar as 4 semanas na mesma.

Desculpem o alarmismo, não é nada algo que eu faça, mas tenho-me dado conta que as coisas estão a perder um bocado o controlo, há pessoas não estudam, não se formam, leiem na diagonal, apanham umas dicas aqui, uns sururus ali, e depois vão "fazer sabão", muitas vezes para oferecer, para vender (como se já não fosse grave ser de uso pessoal/familiar).... É preciso responsabilidade, consciencia.
Medidas de segurança na manufactura de sabão natural


Muito importante O mais importante a considerar é o perigo de soda cáustica ou potassa cáustica. Ambos os ingredientes são perigosos e devem ser mantidos fora do alcance de crianças e animais. Quando misturado com água produz uma solução alcalina que em contacto com a pele pode causar queimaduras químicas significativas e cujos vapores tóxicos podem provocar danos nos olhos e garganta quando inalados. Devem-se seguir as instruções de segurança, quando da preparação da solução alcalina (junção da água com a soda cáustica) que representa o momento de maior perigo. A partir do momento em que a saponificação, esse perigo diminui e já não é perigoso para a pele. É importante fazer o calculo correto da soda cáustica necessária para a gordura a utilizar para que não fique uma quantidade excessiva de soda cáustica no sabão.
O material de protecção deve ser:
Óculos de protecção (para evitar salpicos nos olhos)
Mascara (para evitar a inalação de vapores)
Luvas de borracha (para proteger as mãos)


Avental ou bata para proteger a roupa
Em geral deve-se usar roupa de manga comprida, calças e sapatos fechados, para limitar o contacto acidental com a solução alcalina na pele.
Ao mexer a massa com a varinha mágica deve-se ter o cuidado de manter as lâminas, submersas antes de ligar, para que não salpique.
Em caso de contacto com a solução cáustica ou da massa de sabão, lavar abundantemente com água corrente e vinagre. Em caso de contacto com os olhos , lavar imediatamente com água corrente e procurar assistência medica urgente  .
Este processo não deve ser feito por crianças, devem ser mantidas afastadas por protecção.
Manter animais de estimação também fora da divisão onde é feito o sabão
 
A estas receitas basicas podem juntar uma serie enorme de aditivos desde mel, argilas e oleos essencias a gosto.

Azeite 370g
oleo de coco 100g
cera abelha 20g
manteiga de cacau 10g
soda caustica 65g
agua destilada 168g .
ou:
azeite 375g
oleo coco 100g
cera abelha 25g
soda 65g
agua 167g



Importante:


(o hidróxido de sódio (ou soda caustica) é muito caustico, usar medidas de segurança como luvas, mascara e óculos de protecção ao manuseá-lo; usar recipientes resistentes ao calor, nunca usar alumínio, utilizar utensílios e panela de inox.)





Pesar os ingredientes. Deitar o hidróxido de sódio sobre a agua (nunca ao contrario) e mexer para misturar e dissolver (cuidado com os vapores libertados nos olhos e não os inalar!). A mistura vai aumentar muito de temperatura, mexer para dissolver a soda caustica. Entretanto colocar as gorduras e a cera numa panela inox, em banho-maria para derreteram. Retire do banho-maria. Deite a solução de soda na mistura de gorduras e vá mexendo com uma colher apropriada. Com uma varinha magica vá mexendo a mistura, alternado o “bater electrónico” com um “mexer manual”, até obter uma massa tipo maionese (é o traço). Está pronto. Deite em formas (pode ser uma caixa plástico tipo tupperware) forradas com papel vegetal ou na falta um saco plástico transparente. Isole com toalhas para que a saponificação continue; a temperatura vai aumentar, deixe ficar por 24 horas, após o que desenforme e corte em fatias largas. Deixe ficar em local seco durante pelo menos 4 semanas para que “cure”, e seque. Use e desfrute!


A soda caustica, se respeitadas as quantidades e os tempos de cura fica neutralizada e não apresenta perigo. Não se pode fazer sabão sem soda caustica!


Estas receitas foram experimentadas e usadas. Podem ser usados por todos, inclusive bebés. Não altere os óleos nem as quantidades, cada óleo tem um índice diferente de saponificação pelo que a receita teria de ser totalmente revista!

PS: Caso queira pode ser adicionado a qualquer destas receitas, algum aditivo, como mel, alguma argila e ou óleos essenciais, sendo que para o mel e/ou para as argilas a dose para esta quantidade de gorduras (500g), será de 1 colher de chá e os oleos essenciais entre 15 ml a 30 ml (apenas um ou uma mistura de varios, como preferir, tendo sempre em conta a sua segurança tanto em termos de toxicidade, como em termos alergenicos e segurança para uso sobre a pele).

Jabon de Castilla - sabão de Castela - Castille soap

Nota (06/11/2013):
Devido a alguns procedimentos perigosos que tive conhecimento, e que colocam em risco a saude (e a vida) de quem está a fazer o sabão e /ou de quem vai usar o sabão: A soda caustica (hidroxido de sódio) assim como o hidroxido de potassio, são agentes quimicos perigosos. Têm de ser manuseados com extrema cautela, usando equipamento adequado (luvas, mascara e oculos de protecção, asim como vestuario adequado); AO fazer a solução alcalina, deve ser usado utensilios adequados, de preferencia de inox (NUNCA; MAS NUNCA DEVE SER USADO ALUMINIO!!!!), e resistentente a temperaturas altas (rondam os 90º ou mais) e resistentes à acção corrosiva da soda caustica; a soda deve ser deitada sobre a agua e nunca , nunca ao contrario; quando se junta a solução de soda nas gorduras, nunca, mas nunca podem as gorduras ao lume!!!!
O manuseamento incorreto da soda caustica, pode levar a graves acidentes, com gravissimos ferimentos e, dependendo da sua localização (por ex. se for no rosto e vias respiratorias), a cegueira e a graves problemas respiratorios, incapacitantes.
Igualmente importante é saber qual a quantidade segura de soda caustica a usar, de forma a que o produto final seja um produto seguro, não caustico.

Actualmente têm acesso a inumeras receitas/formulas de sabão, em sites, grupos, livros... quando copiam uma receita devem rever os dados/valores atraves de uma calculadora. Há sempre a hipotese de ter podido haver uma gralha e a receita não estar bem. Igualmente devem ter confiança (e mesmo assim rever a formula) na pessoa/site/livro que disponibiliza a formula. Há formulas e formulas...

O sabão tem um periodo de cura que TEM DE SER RESPEITADO! pelo menos 4 semanas para sabão cold process, e uma semana para hot process. Rebacht ou refundido de sabão novo (que desanda por ex.na altura do traço), tem que curar as 4 semanas na mesma.

Desculpem o alarmismo, não é nada algo que eu faça, mas tenho-me dado conta que as coisas estão a perder um bocado o controlo, há pessoas não estudam, não se formam, leiem na diagonal, apanham umas dicas aqui, uns sururus ali, e depois vão "fazer sabão", muitas vezes para oferecer, para vender (como se já não fosse grave ser de uso pessoal/familiar).... É preciso responsabilidade, consciencia.

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Medidas de segurança na manufactura de sabão natural


Muito importante O mais importante a considerar é o perigo de soda cáustica ou potassa cáustica. Ambos os ingredientes são perigosos e devem ser mantidos fora do alcance de crianças e animais. Quando misturado com água produz uma solução alcalina que em contacto com a pele pode causar queimaduras químicas significativas e cujos vapores tóxicos podem provocar danos nos olhos e garganta quando inalados. Devem-se seguir as instruções de segurança, quando da preparação da solução alcalina (junção da água com a soda cáustica) que representa o momento de maior perigo. A partir do momento em que a saponificação, esse perigo diminui e já não é perigoso para a pele. É importante fazer o calculo correto da soda cáustica necessária para a gordura a utilizar para que não fique uma quantidade excessiva de soda cáustica no sabão.
O material de protecção deve ser:
Óculos de protecção (para evitar salpicos nos olhos)
Mascara (para evitar a inalação de vapores)
Luvas de borracha (para proteger as mãos)


Avental ou bata para proteger a roupa
Em geral deve-se usar roupa de manga comprida, calças e sapatos fechados, para limitar o contacto acidental com a solução alcalina na pele.
Ao mexer a massa com a varinha mágica deve-se ter o cuidado de manter as lâminas, submersas antes de ligar, para que não salpique.
Em caso de contacto com a solução cáustica ou da massa de sabão, lavar abundantemente com água corrente e vinagre. Em caso de contacto com os olhos , lavar imediatamente com água corrente e procurar assistência medica urgente  .
Este processo não deve ser feito por crianças, devem ser mantidas afastadas por protecção.
Manter animais de estimação também fora da divisão onde é feito o sabão
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(rectificada em 23/07/2011: este sabão não leva mais nenhuma gordura a não ser o azeite. Na descrição da receita aparece a palavra cera porque como o método é igual, basicamente , eu fiz copy/paste do outro post sobre receitas basicas de sabão. Como não consigo comentar as minhas proprias mensagens deixo aqui esta rectificação. E já agora muitos parabéns a quem já conseguiu fazer sabão natural!)

Sabão feito só com azeite, sem adição de outras gorduras (não é óleo usado é azeite puro). Esta receita é divulgada pela internet em vários blogs e sites espanhóis.


Jabon de Castilla (Sabão de Castela)


900 g azeite


115g hidroxido de sódio (soda caustica)


300 g de agua destilada


Importante:


(o hidróxido de sódio (ou soda caustica) é muito caustico, usar medidas de segurança como luvas, mascara e óculos de protecção ao manuseá-lo; usar recipientes resistentes ao calor, nunca usar alumínio, utilizar utensílios e panela de inox.)

Modo de preparação (para esta ou outras receitas)

Pesar os ingredientes. Deitar o hidróxido de sódio sobre a agua (nunca ao contrario) e mexer para misturar e dissolver (cuidado com os vapores libertados nos olhos e não os inalar!). A mistura vai aumentar muito de temperatura, mexer para dissolver a soda caustica. Entretanto colocar as gorduras e a cera (caso leve esta ultima)numa panela inox, em banho-maria para derreteram. Retire do banho-maria.

Deitando a soluçao de soda na mistura de gorduras

 Deite a solução de soda na mistura de gorduras e vá mexendo com uma colher apropriada. Com uma varinha magica vá mexendo a mistura, alternado o “bater electrónico” com um “mexer manual”, até obter uma massa tipo maionese (é o traço).
Com uma varinha magica vá mexendo a mistura, alternado o “bater electrónico” com um “mexer manual”,


até obter uma massa tipo maionese (é o traço).
Está pronto. Deite em formas (pode ser uma caixa plástico tipo tupperware) forradas com papel vegetal ou na falta um saco plástico transparente. Isole com toalhas para que a saponificação continue; a temperatura vai aumentar, deixe ficar por 24 horas, após o que desenforme e corte em fatias largas. Deixe ficar em local seco durante pelo menos 4 semanas para que “cure”, e seque. Use e desfrute!
24 horas depois já cortado e posto a curar ...

A soda caustica, se respeitadas as quantidades e os tempos de cura fica neutralizada e não apresenta perigo. Não se pode fazer sabão sem soda caustica!


Estas receitas foram experimentadas e usadas. Podem ser usados por todos, inclusive bebes. Não altere os óleos nem as quantidades, cada óleo tem um índice diferente de saponificação pelo que a receita teria de ser totalmente revista!

A questão do sabão natural e da soda caustica

Nota (06/11/2013):
Devido a alguns procedimentos perigosos que tive conhecimento, e que colocam em risco a saude (e a vida) de quem está a fazer o sabão e /ou de quem vai usar o sabão: A soda caustica (hidroxido de sódio) assim como o hidroxido de potassio, são agentes quimicos perigosos. Têm de ser manuseados com extrema cautela, usando equipamento adequado (luvas, mascara e oculos de protecção, asim como vestuario adequado); AO fazer a solução alcalina, deve ser usado utensilios adequados, de preferencia de inox (NUNCA; MAS NUNCA DEVE SER USADO ALUMINIO!!!!), e resistentente a temperaturas altas (rondam os 90º ou mais) e resistentes à acção corrosiva da soda caustica; a soda deve ser deitada sobre a agua e nunca , nunca ao contrario; quando se junta a solução de soda nas gorduras, nunca, mas nunca podem as gorduras ao lume!!!!
O manuseamento incorreto da soda caustica, pode levar a graves acidentes, com gravissimos ferimentos e, dependendo da sua localização (por ex. se for no rosto e vias respiratorias), a cegueira e a graves problemas respiratorios, incapacitantes.
Igualmente importante é saber qual a quantidade segura de soda caustica a usar, de forma a que o produto final seja um produto seguro, não caustico.

Actualmente têm acesso a inumeras receitas/formulas de sabão, em sites, grupos, livros... quando copiam uma receita devem rever os dados/valores atraves de uma calculadora. Há sempre a hipotese de ter podido haver uma gralha e a receita não estar bem. Igualmente devem ter confiança (e mesmo assim rever a formula) na pessoa/site/livro que disponibiliza a formula. Há formulas e formulas...

O sabão tem um periodo de cura que TEM DE SER RESPEITADO! pelo menos 4 semanas para sabão cold process, e uma semana para hot process. Rebacht ou refundido de sabão novo (que desanda por ex.na altura do traço), tem que curar as 4 semanas na mesma.

Desculpem o alarmismo, não é nada algo que eu faça, mas tenho-me dado conta que as coisas estão a perder um bocado o controlo, há pessoas não estudam, não se formam, leiem na diagonal, apanham umas dicas aqui, uns sururus ali, e depois vão "fazer sabão", muitas vezes para oferecer, para vender (como se já não fosse grave ser de uso pessoal/familiar).... É preciso responsabilidade, consciencia.

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O sabão natural é feito a partir de óleos e manteigas vegetais e ou animais, aos quais é adicionado uma solução alcalina para que se dê uma reacção química chamada saponificação (ou seja que as gorduras se transformem em sabão).

Sim, para fazer sabão tem de se usar soda caustica (hidróxido de sódio) ou potassa hidróxido de potássio, caso do sabão em pasta ou liquido. Em qualquer definição de sabão pode-se ler que é o resultado de uma reação química resultante da junção de  gorduras e uma base alcalina. A glicerina é um subproduto desse processo e é nos processos industrializados, retirada e depois direcionada para as industrias farmacêutica e alimentar. Agora suponho que quando fala de sabonete de glicerina se refere às bases glicerinadas que se compram já feitas e depois se derretem e se moldam em moldes artísticos. Essa base já passou por esse processo, ou seja antes de ser base de glicerina foi um sabão e antes era um conjuntos de gorduras às quais se juntou uma base alcalina de soda caustica. Depois ela passa por um processo de clarificação para se tornar transparente e de adição de aditivos no intuito de facilitar o seu uso (derreter, colocar em moldes), aumentar a espuma e a validade. Os sabonetes de glicerina industriais seriam uma “invenção” dos anos 50/60 (não tenho agora bem presente a data), e teria sido criado com o intuito de fazer um sabonete mais suave (pois devido à industrialização do sabão e a retirada da glicerina, os sabões seriam mais agressivos e cáusticos) pelo que, além de ser um sabonete transparente e mais apelativo, seria menos caustico pela adicinado de uma pequena porção de glicerina. A denominação “sabonete de glicerina” e a propaganda da época deu resultado e perdurou até hoje a crença de que são sabonetes suaves e apropriados para peles sensíveis. Se na altura “era assim”, atualmente isso não é bem assim, pois os aditivos colocados muitas vezes provocam alergias a pessoas com a pele mais sensível.

Assim temos o sabão NATURAL artesanal, em que o sabão é feito de raiz, juntando as gorduras e a soda caustica (segundo regras de segurança e quantidades corretas e seguras, este processo não é realizado à toa!), e o sabonete de glicerina artesanal, em que a base já passou pelo processo mais complicado e que é muito apelativo pela forma como pode ser trabalhado artisiticamente. Desde já posso adiantar que se pode fazer a base de glicerina de forma artesanal e saber o que se coloca nela para a tornar um produto final mais natural, pois se a base for comprada já feita tem pouco de natural e, se se pode dizer que são sabonetes artesanais, não se devem chamar de naturais.

Quanto ao sabão NATURAL feito de raiz ele é naturalmente rico em glicerina pois no processo artesanal não se separa a glicerina do sabão e ela permanece no produto final. Além disso é deixada uma percentagem de gorduras que não são saponificadas e que entram depois em contato com a pele deixando-a mais suavizada. Não são necessários aditivos espumantes para o sabão natural, pois se quisermos um sabão com uma espuma mais rica, sabemos qual q gordura quês e deve saponificar para o efeito (sim há gorduras que dão mais espuma a uma sabão natural, enquanto outras são mais adequadas para suavizar um sabão).

Voltando ao cerne da questão: a soda caustica. É realmente necessário extrema precaução na sua utilização. É um produto muito cáustico que provoca queimaduras graves, tanto por contato direto com a pele como através da inalação de fumos. Por isso se utiliza equipamento de segurança quando fazemos os sabões: óculos, mascara, luvas, roupa de proteção. Há uma serie de normas de segurança que tem de ser seguidas quando estamos a fazer sabão natural. É também de extrema importância ter noção do que se está a fazer, de todo o processo. É um processo químico, que envolve alguns riscos, que podem ser evitados através do conhecimento do processo e da adoção de medidas e equipamentos de segurança.

Mas, perguntarão: e a soda que fica no sabão? Não faz mal à pele!?!?... Aí está! Um sabão natural bem feito já não tem soda! Como? Sim, um sabão bem formulado e devidamente curado, não soda. Quando a saponificação está corretamente feita, ou seja, quando a transformação de gordura em sabão é feita com as quantidades corretas, o método realizado corretamente e o tempo de cura respeitado, toda a soda que foi utilizada se encontra transformada e neutralizada. O produto final não é gordura nem soda é uma outra substância: é sabão.

Agora dentro do sabão natural existem dois tipos de sabão: o sabão cosmético e o sabão de lavagem/limpeza. Este ultimo é o que normalmente se faz, atualmente com óleos usados de cozinha, no intuito de também se reciclarem estes desperdícios bastante poluentes. Estes têm sim, têm um excesso de soda e não são adequados para uso cosmético. Já agora um aparte: quero chamar a atenção para as receitas de sabão de oleo reciclado, que circulam na internet e que contém quantidades absurdas de soda caustica, muitas vezes o suficiente para saponificar quantidades de gordura de 2 a 3 vezes, maior que a utilizada na receita.

Os sabões naturais cosméticos, são aqueles em que se utilizam óleos mais “nobres”, em que se procuram a perfeita junção entre  as propriedades do óleo e as da planta, entre a cor e o aroma, sempre com uma percentagem de óleos não saponificados, óleos livres num sabão que se quer seguro, suave, muitas vezes um caleidoscópio de emoções sensoriais, entre texturas e aromas.


Para tentar explicar algumas duvidas e questões que me colocaram sobre o sabão natural e os sabonetes de glicerina.

Então é assim, a ver se consigo explicar:        

Existe o sabão natural em que se juntam as gorduras e a soda cáustica e para fazer este sabão existe o método a frio (cp=cold process)e o método a quente(hp= hot process). Este é o sabão que contém naturalmente glicerina visto que não lhe é retirada como acontece com aos sabões industrializados. O CP (Cold Process) é o método em que o único calor de fonte externa é o utilizado para aquecer as gorduras e se coloca nos moldes assim que atinge o traço. O método a quente ou HP (Hot Process) é praticamente aquecido ao fogão ou usando uma panela eléctrica (crock pot) durante todo o processo desde o aquecimento das gorduras, passado pelo bater até atingir o traço e depois continuando até a massa de sabão se separar em fases e voltar a juntar  e ficar uma massa homogénea, mas não tão fluida como no CP. Este ultimo processo, apesar de obrigar a ficar de volta do sabão mais horas para o fazer, elimina semanas de cura.

·         Depois existem os sabonetes artesanais, a denominação no  Brasil ou Melt & pour como são denominados nos países de língua inglesa. São os famosos “sabonetes de glicerina”.

 a glicerina é um subproduto da reacção de saponificação (que é retirada pelas industrias do sabão  para ser usada nas industrias alimentar e farmacêutica, por isso o sabão industrializado é praticamente só  constituído pelo detergente).  A denominação” sabão de glicerina” é um nome de "propaganda" idealizado a quando da sua invenção: após a 2ª guerra mundial e com a falta de matérias-primas e o advento das indústrias químicas, estas idealizaram um sabonete ao qual adicionavam uma pequena percentagem de glicerina para o tornar mais suave para a pele (não esquecer que o sabão utilizado naquela altura seria um sabão um tanto agressivo para a pele e para os cânones de conforto que surgiram após a segunda  guerra mundial.                                                                                                                       

 A propaganda foi feita exaltando as qualidades e propriedades a glicerina e o nome ficou. O sabão natural, que é o nós fazemos não lhe é retirada a glicerina que naturalmente se forma e por isso é rico em glicerina.

Para fazer estes “sabonetes de glicerina” ou sabonetes artesanais ou melt&pour  soap existem dois métodos: ou se compra a base glicerinada já preparada ou a fazemos em casa. Comprada dá pelo nome geral de “glicerina” ou nalguns sítios de “base glicerinada” e existe em transparente ou com dióxido de titânio adicionado para ficar branca. Existem normal transparente, branca, e cristalina (mais transparente), e com vários ingredientes e diversas formulações. Algumas pessoas podem ser alérgicas aos aditivos. Peçam as fichas técnicas. Ou então podem optar por a fazer em casa , embora para isso tenham que ter os conhecimentos  e pratica de fazer o sabão natural, pois o processo de fazer sabão “transparente “ inicia-se com a junção de gorduras com a solução de soda  cáustica. Depois é lhe adicionado açúcar e álcool, numa dada proporção e seguindo um método que não deve ser alterado,  para o tornar transparente. Dependendo das formulas pode ou não ser lhe adicionado uma certa proporção de glicerina., tal como a sua prima a base de compra pronta a usar. Esta base, este sabão transparente, esta base de melt&pour caseira e artesanal pode ser, dependendo das formulas utilizadas claro,  mas sempre em menor numero, quase isenta de aditivos químicos.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Refundido... Sabão Bolo de Mel :D



às vezes temos sabões solitarios, aparas das barras, amostras de sabões que já não temos... então aqui temos sabão de calendula, de alfazema e argila rosa, de coco e azeite e uns de abacate...



mas a grande percentagem era de um lote de azeite, uns coraçõeszinhos que levavam também um pouquinho de oleo de coco , com aveia e mel, mas que tinham ficado um pouco moles e com um aroma nada famoso...



como queria adicionar um pouco de oleo, ralei tambem umas barras de sabão de lavagem, do que ensino a fazer nos worshops. É feito com azeite e oleo de coco e o exceso de soda apenas de 2%...nada que não seja ultrapasado pelo oleo que vou deitar depois...



...aqui os de calendula, os de argila rosa e os de abacate...







...deita-se tudo na panela, leva-se a banho maria com uma quantidade de liquido até 20% do peso do sabão ralado (depende se o sabão utilizado está mais ou menos seco)

a intenção é deixar derreter até liquefazer e ficar numa papa...

depois acrescentam-se os aditivos (argilas, cores, aromas...)



mexe-se bem


deita-se num molde forrado

alisa-se a superficie e comprime-se





passadas umas horas deverá desmoldar e cortar.... enfim a verdade é que nem sempre corre bem! Este apesar de cheirar limdamente (dá vontde de comer, parece bolo), esfarelou-se ao cortar....



parte do esfarelahdo acrescentei a um punhado de sal par a fazer um exfoliante...e fiz-me esquecida do resto. Agora já os consegui alisar e têm um aspeto mais apetitoso...de qualquer modo é um sabão com muita espuma, cremosa, hidratante e com um aroma muito, muito doce!




domingo, 18 de novembro de 2012

Sabão Natural Dourado - HP (aproveitamento de um creme)



Há umas semanas fiz uns cremes, foram na verdade um tira-teimas, porque pela minha experiencia, um creme que não leve cera emulsionante, que leve apenas cera de abelha, não permite a a dição de uma grande quantidade de agua. De fato mais de 20% de agua num creme com 10% de cera de abelha é o maximo que consegui colcoar, sem que as fases se separem. Mas como em troca de experiencias algumas pessoas referiam que se conseguia fazer um creme espetacular com 50/50 de azeite e agua...fui ver sim! ... Pois estes cremes tinham por base  azeite de calendula e alem de cera, e karité, um sem aromas e outro com oleos essenciais divinais ! Tão divinais que tinha o nome de "Vénus"!...enfim...passadas 24 horas de estarem nos boiões desandaram, formando grandes bolsas de agua. Bom,  a materia prima era boa e eu tinha que reaproveitar. Despejei os cremes num recipiente e fui mexendo e despejando a agua (que foi aproveitada para dissolver a soda..nada se perde tudo se transforma!..bom perderam-se os oleos essenciais...pena!)...Foi um processo ao longo de dois pois embora parecesse que já não tinha mais agua, o periodo de descanso de 12 horas fez aparecerem mais bolsa de agua, que foram retiradas. Depois levei ao lume em banho maria fraquinho para que derretesse e deixei que solidificasse... no cimo ficou a gordura e por baixo mias uns decilitros de agua.  Pesei, fiz a formula adicionado outros oleos como coco e palma (o creme foi saponificado como se fosse  tudo azeite visto q a percentagem de karité e cera era muito mais pequena e iria ter o papel de SE. O sabão foi feito em HP: inicia-se como um sabão de CP, que depois de atingir o traço volta a ser colocado em banho-maria...



creme com as fases separadas











apos atingir o traço, leva-se ao lume em banho maria
irá engrossar, crescer



..desmanchar o traço, quase liquefazer
gelificar,


saponificar

cozer a massa e começar a secar

quando estiver com um aspeto de papa bem pegajosa, eu costumo retirar um pouquinho de massa e esfregar na palma da mão e ver a consistencia...é uma boa altura para fazer testes de ph e modificar se se quiser fazê-lo...reira-se do lume , mexe-se, acrescenta-se os aditivos que se prtendam, deixa-se arrefecer um pouco antes de acrescentar os oleos essenciais, para que não evaporem...

tem-se o molde forrado e deita-se a massa àss colheradas

alisa-se, comprime-se o melhor possivel para retirar bolhas de ar do meio...

eu costumo tapar com o resto do papel do molde



...passadas umas 3 horas estava já pronto para cortar...se esperasse par ao dia seguinte, possivelmente precisava de uma serra electrica...

aqui já cortado..

aqui já prontinho!
Com aromas de citrinos. incenso e...mais...

está aqui com os irmãos dele!
http://suntrialquimias.blogspot.pt/2012/11/saboes-novos-outnov-2012-em-hp-hot.html